28 de nov. de 2014

As boas mulheres da China (XINRAN, 2002)

Por Juciele Fonseca
Hoje falarei sobre o livro As boas mulheres da China*, escrito pela jornalista chinesa Xinran através de entrevistas, cartas e telefonemas que recebia das ouvintes do seu programa de rádio: Palavras na brisa noturna, que se propunha a discutir os problemas e questões cotidianas das mulheres chinesas. O livro é essencial para pessoas que estudam comunicação, gênero e mídia, pois a narrativa intersecciona estes temas e tem, como pano de fundo, as atividades jornalísticas da autora. A narrativa de Xinran esclarece diversos estereótipos construídos pela imprensa ocidental em suas narrativas sobre o poderio econômico, a modernidade e as contradições da China e permite conhecer uma perspectiva de uma pessoa que trabalhou em um órgão de comunicação em período de abertura lenta e gradual da Revolução Cultural.

A mídia chinesa funcionava desde 1949, como porta-voz do regime socialista. O programa de Xinran surgiu para fazer uma sondagem de recepção do programa sobre questões do cotidiano. O direcionamento do programa para questões relacionadas às mulheres ocorreu após a realização de estudos de recepção que apontaram o grande sucesso do programa, especialmente com o público feminino. Após quatro meses do programa na rádio, a jornalista recebe uma carta com a denúncia de uma jovem que está recebendo maus tratos em uma vila no interior e corre risco de vida. A jornalista visita a vila e começa  a perceber que forças, como a do camponês, mantinha os mesmos poderes desde o período feudal até a atual China moderna, e ela começa a repensar o imaginário que tinha construído sobre suas conterrâneas.

As mulheres chinesas entrevistadas por Xinran cresceram com o peso das tradições, décadas de totalitarismo político e repressão sexual, dificultando assim o acesso à intimidade da mulher chinesa. Os relatos no livro mostram a memória de mulheres que passaram por humilhação, abandono, estupros, casamentos forçados, desilusões amorosas, miséria, preconceito e violações. No obra, há relatos de mulheres que foram violentadas pela reeducação promovida pela Revolução Cultural, que tinha como objetivo reeducar membros do Partido mais alinhados com o Ocidente ou com a União Soviética. No livro também conhecemos histórias dolorosas, como a de um grupo de mulheres que fundaram um orfanato após perderem os filhos em um terremoto que destruiu a cidade de Sishuan.

Xinran mudou-se para Londres em 1997, lá, publicou o seu primeiro livro, em entrevista à Veja (aqui) é possível conhecer um pouco mais sobre a autora e suas novas obras literárias. 

* Publicado no Brasil pela Companhia das Letras
Leia mais sobre imprensa chinesa e a relação entre Partido e imprensa internacional aqui, aqui e aqui.  

23 de nov. de 2014

Sobre paquera, petições e Idade Média

       Por Aghata Gontijo



        Real Social Dynamics (RSD) é uma empresa norte-americana especializada em serviços de encontros. A companhia não trabalha como uma rede social ou outros sites onde as pessoas encontram parceiros. A Real Social Dynamics oferece cursos de paquera, verdadeiras palestras para quem não consegue se dar tão bem na área afetiva.
        O que, no entanto, trouxe o negócio até às conversas brasileiras foi a possível visita de um dos empregados dessa entidade. Julien Blanc, 25 anos, palestrante e especialista na arte da conquista de mulheres, viria ao Brasil em Janeiro para pregar seus ensinamentos no Rio de Janeiro, Florianópolis e depois por mais 15 países.
        O suíço radicado nos Estados Unidos se deparou com uma situação não tão nova. A possível vinda de Julien levou 400 mil pessoas a assinarem uma petição para que a sua entrada no país fosse barrada. O instrutor tem movimento contra a suas técnicas também no Canadá, Reino Unido e Japão, país que estrelou um dos vídeos mais divulgados entre as pessoas que repudiam seu comportamento.
        Num dos vídeos, Julien dá um curso em São Francisco, onde fala de sua passagem pelo Japão e da forma como “conquistava” as garotas por lá. "Se você é um homem branco, você pode fazer o que quiser" ensina Blanc. Ele ainda exibe imagens onde agarra e força a cabeça de mulheres em direção ao seu pênis.
        Blanc declarou ao canal de notícias norte-americano CNN, que as imagens foram “uma horrível tentativa de humor que foi colocada fora de contexto”, e continua dizendo sentir muito por toda a comoção e pessoas que se sentiram ofendidas com o que ele define como ajudar os homens a “ganhar confiança para socializar com mulheres e talvez ganhar uma relação”.

        O Itamaraty divulgou no dia 13, quinta-feira, que as embaixadas e consulados fora do Brasil podem negar o pedido de visto de Blanc, mas informam que o mesmo ainda não foi feito. A decisão segue dividindo opiniões. Há aqueles que enxergam apenas boa-vontade e imaturidade nas ações de Julien; há aqueles que repugnam os métodos sexistas, machistas e violentos do palestrante. O que prevalece, no entanto, são as 400 mil assinaturas e a sensação de que talvez esses métodos de “paquera” já estejam ultrapassados para o século XXI e quiçá para a Idade Média. 

13 de nov. de 2014

O massacre que a grande mídia não quis ver

de Letícia Leal

Foi pelas redes sociais que o Brasil veio a saber, de primeira mão, na manhã da última quarta-feira(05/11), que uma chacina ocorria pela mão da polícia em bairros como Terra Firme, Guamá e Cremação da cidade de Belém, no Pará. No Twitter, moradores dos bairros afetados declaravam clima de desespero e já anunciavam dez mortes que teriam ocorrido durante a madrugada do dia anterior.

O motivo, segundo os próprios responsáveis, teria sido o assassinato do cabo Antonio Figueiredo, da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) da Polícia Militar, morto fora de serviço. Eles chegaram a prenunciar o ato terrorista que estavam prestes a realizar na página da própria Rotam paraense no Facebook, além de ter sido compartilhado um áudio pedindo às pessoas nos bairros escolhidos que ficassem em suas casas, pois haveria uma “limpeza na área”.

9 de nov. de 2014

A segurança dos jornalistas

de Gabriel Shinohara

No dia 1 de Novembro aconteceram algumas manifestações em várias cidades do Brasil contra o atual e próximo governo da presidente Dilma Rousseff. O protesto em São Paulo, que reuniu cerca de 2.500 pessoas segundo a polícia militar, teve ares de discordância entre os próprios participantes, haviam alguns que defendiam uma intervenção militar e outros que apenas estavam mostrando sua opinião contrária ao governo atual.
Esse protesto foi marcado, não pelo que os protestantes diziam, mas pelo ataque sofrido por dois jornalistas. Gustavo Uribe, da Folha de São Paulo e Ricardo Chapola, do Estado de São Paulo tiveram suas contas nas mídias sociais divulgadas pelo blog Reaconaria em um post em que tinham sua ética profissional posta em dúvida, além de informações pessoais divulgadas. Após terem suas contas no Twitter e no Facebook espalhadas, sofreram ataques pessoais nas redes.

5 de nov. de 2014

Pseudo

de Martha Carvalho

Três fotos
Primeira página
Vejo minha vida escrita pelas mentes dos outros
O jornaleiro vomita quando me reconhece
Praga pra lá e pra muitos
- PARE!
Fui longe demais.
Ele aponta, a culpa é minha
De novo.
(Sendo que nunca foi)
A rua me engole
Me bate
Me cospe
Me mata
- Isso é pelas crianças que você estuprou.
Não fui eu.
Mas já foi.




3 de nov. de 2014

Manipulação de dados em pesquisas eleitorais da campanha do PSDB para o Planalto

de Eduardo Meirelles e Gabriel Shinohara


Tornou-se notório que o instituto Veritá apresentou estatísticas erronias e manipuladas, em contexto nacional, para favorecer o ex candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB). O partido de Aécio realizou uma pesquisa em Minas Gerais, onde supostamente o candidato teria maior número de votos, pelo fato de já ter sido governador e afirmar ter mais de 92% de aprovação. Dado não confirmado pelas eleições do último dia 26.
O partido apresentou ao eleitorado a informação de que o candidato estaria com 14 pontos à frente da candidata Dilma Rousseff (PT), a presidente estaria com 43% e Aécio com 57%. A manipulação e a utilização erronia da estatística foi confirmada pelo próprio dono do instituto Veritá, Adriano Silvoni e o estatistico responsável pelo instituto, Leonard de Assis, que em entrevista, afirmou que o PSDB não poderia utilizar os dados nesse contexto nacional, ''não representa o Estado'', informou Assis.

9 de out. de 2014

Ponderações sobre o segundo turno presidencial

de Aghata Gontijo e Gabriel Shinohara

O horário político para presidentes já recomeçou e o segundo turno é uma disputa acirrada entre um pouco mais do mesmo. Aécio e Dilma colorem o mapa do Brasil nas cores azul e vermelha assim como os militantes virtuais colorem as paginas das redes sociais com plaquinha de apoio abaixo de suas fotos de perfil, uma manifestação direta, ligada a sua identidade. Compara-se aos adesivos que enfeitam o peito dos eleitores nas zonas de votação, mas dessa vez com o caráter virtual.

E por falar em manifestações o resultado do primeiro turno para a presidência deixa pairar sobre as cabecinhas brasileiras o ‘e aí?’. O papel dos manifestantes que abarrotaram as avenidas em julho de 2013 agora é justificar o que aconteceu nas urnas ou tentar compreender o fenômeno. Dilma liderou a fila indiana dos candidatos até aqui, seguida de pertinho por Aécio e de não-tão-pertinho-assim por Marina. E entre escândalos de corrupção, acusações com provas, acusações sem provas, aviões, Petrobrás e tudo mais o que se espera nessa época, o famigerado: e aí?

4 de out. de 2014

Candidatos "nanicos" se destacam no último debate

por Gabriel Shinohara

O debate promovido pela Rede Globo na noite de quinta-feira (02/10) se destacou dos anteriores pela atuação dos candidatos, eles arriscaram e atacaram muito mais, principalmente os ditos “nanicos” Luciana Genro do PSOL e Eduardo Jorge do PV. Estes foram os responsáveis por trazer as discussões que os candidatos líderes das pesquisas não estavam interessados, como o casamento LGBT, a legalização das drogas e do aborto.
No momento que os principais candidatos se viam obrigados a responder perguntas sobre esses assuntos tentavam desviar ou preencher o espaço com dados e feitos, principalmente a presidenta Dilma Rousseff e a candidata do PSB, Marina Silva.

18 de jun. de 2014

Imprensa e tiranias democráticas

Por Luiz Martins da Silva

A democracia é a forma mais agônica de governo, por ser a mais afeita à polêmica; por ser, portanto, o regime que mais se sustenta numa esfera argumentativa, a arena que sedia as disputas retóricas. E por quê a democracia é uma agonística? Porque ágon, no grego, significa luta, mas, sobretudo, a peleja na arte de comover e de convencer.
Discursar é buscar sofregamente o fôlego, tal qual um enfermo, face às ânsias da morte, recorre desesperadamente às últimas reservas de ar. Num contexto democrático, é defender aos estertores o que se considera ser o melhor argumento, aquele que irá orientar a melhor ação, por sua vez, voltada para o bem comum.
Invadir, vandalizar, quebrar, arrebentar, queimar... Até seriam expedientes democráticos, se esgotadas as instâncias e formas discursivas cobertas pela Constituição, no que ela ampara todos os cidadãos em termos de liberdades: de pensamento, expressão e manifestação, entre outras, sempre sabendo-se que a mesma Carta cobra em responsabilidade o que assegura em direitos.
Lamentavelmente, o Brasil tem vivido um tipo de anomia democrática, que consiste em primeiramente barbarizar para, em seguida, traduzir os gestos de agressão em agenda, linguagem, língua e discurso. E por que vandalizar faz sentido coletivamente? Porque esta é uma forma de se ganhar visibilidade massiva; é a garantia de que, imediata e sucessivamente, as cenas estarão na mídia, nas redes sociais e à vista de toda uma população, em parte gratificada com a violência, como se ela zerasse o acúmulo de frustrações, a principal delas, pagar-se imposto de Suécia e ter serviço de submundo.
Os quebra-quebras são uma forma não-polêmica de democracia. Sequer se dá chance ao interlocutor de tomar conhecimento do teor das petições. Consta que este ano, no Rio de janeiro, em um só dia foram destruídos ou incendiados 300 ônibus, em protesto pela má qualidade do transporte público, ou, simplesmente por catarse. Em Brasília, onde o metrô não comporta os seus usuários, um vagão foi depredado exatamente por isso, por circular cheio demais. Em São Paulo, os metroviários atingiram com a sua paralisação os cinco milhões de passageiros/dia. E a Copa do Mundo transformou-se numa oportunista forma de chantagem, até por parte de “servidores” públicos mais bem servidos em matéria de salários.
E o que a imprensa tem a ver com tudo isso? Por que vale o clichê de que ela é sempre a culpada de tudo? Talvez sim, na medida em que ela é por excelência a instituição sede e garante da livre circulação das ideias, argumentos e propostas. Ou, pelo menos deveria ser. Mas, para isso, não basta haver efetivamente liberdade de imprensa, é preciso que haja maturidade cívica e, com ela, saber-se que não à toa os jornais, revistas e emissoras de rádio e TV já foram e ainda são chamados de tribunas.
O Brasil é um país de liberdades ainda em construção. A comunicação como um direito (Art. 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos), ainda está em fase de amadurecimento. A primeira Conferência Nacional de Comunicação foi sabotada pela grande imprensa, especialmente, pelos concessionários mais poderosos da mídia eletrônica. No Brasil, o maior investimento publicitário é para dar sustentabilidade ao entretenimento de retorno comercial. Educação e Cultura ainda são, na mídia, categorias marginais. E quem delas cuida, precipuamente, os veículos “públicos” (leia-se estatais), vivem à míngua. E não têm como sair às ruas, quebrando e vandalizando, para exigir a sua cota.
Em síntese, duas atividades ainda estão por ser implantadas, desenvolvidas e consolidadas no Brasil: a primeira, chama-se literacia dos meios (em português de Portugal, ou media literacy, em inglês), ou seja, educação para a mídia; a segunda, leitura crítica dos meios (media criticism). Falta, entre nós, tanto a educação cívica do cidadão, por meio da qual ele saberia que tem direito à comunicação; quanto a educação cívica dos meios de comunicação de massa, para que tenham ou recuperem a consciência de que eles são espaços públicos, que hospedam uma “esfera pública”, isto é, o âmbito e o contexto pelo qual devem perpassar as polêmicas que, numa democracia efetiva, devem sinalizar as decisões em favor do bem comum.
Muito se tem escrito nos meios acadêmicos sobre a centralidade da mídia, pois é esse conjunto dos meios que faz a “mediação” do sentido nas produções sociais de uma nação livre, democrática e plural. Ampliar o acesso dos meios de comunicação ao cidadão e à sociedade é uma forma de se construírem a própria democracia e a sua legitimidade. Do contrário, sem espaço para os seus argumentos, o público se manifestará sob a sua forma mais empírica e até bruta, que é a multidão que apedreja, queima e bota abaixo o pouco que já foi edificado.

Com uma frequência muito estreita, a imprensa brasileira tem divulgado escalas internacionais comparativas em que o Brasil ainda está muito mal localizado. Se a Copa do Mundo fosse, por exemplo, em saneamento básico, o nosso país não chegaria às quartas de final. Em desenvolvimento humano, estamos gravitando na casa dos 60 e pouco desde a década de 1990. Mais recentemente, um agravante veio se somar a essa conjuntura de atraso cultural: o fenômeno que se avulta, se difunde e ameaça a todos que é o de se tiranizar a própria democracia com manifestações predatórias de patrimônios e marcadas por interdições de espaços públicos. Frágeis reféns: o povo e o regime que é exercido em seu nome – a democracia.

14 de jun. de 2014

Desrespeito falado

Por Aghata Gontijo

Manuella* frequenta uma faculdade a quatro quarteirões da sua casa. A moça sai sempre às 5h30; vai á pé porque o percurso não é grande o bastante para motivá-la a usar um transporte. No meio do caminho, Manuella encontra uma pedra. Uma pedra com nome, sobrenome e gênero. A pedra de Manuella produz “elogios” aos atributos físicos da moça. Manuella não gosta dos nomes, nem da sexualização extrema de seu corpo, mas quem é ela para se revoltar contra um pensamento comum a uma sociedade?

No Brasil não é difícil encontrar varias Manuellas, com um comportamento e com situações de vida parecidas com a historinha ficcional à cima. Uma Manuella, no entanto, veio à tona na mídia por adotar uma posição diferente. Yasmin Ferreira, 21, ficou famosa na internet ao postar um vídeo gravado por uma amiga. Na gravação a estudante de direito responde à cantadas feitas por um porteiro. O vídeo foi postado quarta-feira, dia 3, e já conta com milhares de visualizações. Assista aqui.

O caso de Yasmin se destaca por mostrar a moça em uma situação defensiva, o que não é tão comum. Segundo a estudante, todas as manhãs ouvia cantadas como “gostosa”, “tesão” vindas do porteiro. “Acho uma falta de respeito. Como eu passo aqui, mil mulheres passam.” Desabafa Yasmin no vídeo.

A lei
Segundo a Lei nº 10.224, o assédio sexual no Brasil é crime. Na Lei a definição da transgressão é:
"Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função."
Na definição do dicionário Aurélio, assediar é:
1.Pôr assédio ou cerco a. 2. Importunar com perguntas, propostas, etc.
Na Lei brasileira, hoje, assédio sexual verbal, ou seja, onde não há coerção da vítima para realizar uma atividade sexual em benefício ao agressor, não é crime. Yasmin informou em declaração no O GLOBO ter ido até a delegacia para denunciar o caso. A estudante foi informada de que a atitude do porteiro não é delito.

Cenário Global
Na França, jovens se organizaram contra as cantadas abusivas. As moças se mobilizam para denunciar os excessos cometidos nos elogios destinados às mulheres. Assista aqui.

* personagem fictício.




11 de jun. de 2014

Regulação da mídia vira proposta de campanha

Por Gabriel Shinohara

Desde o início desse mês de Junho a regulamentação da mídia é um assunto presente nos noticiários brasileiros. O tema entrou na pauta da campanha de reeleição da presidente Dilma depois de discussões com alguns líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) como Rui Falcão (atual presidente do partido), ministro Aloizio Mercadante e o ex-ministro (responsável pela proposta) Franklin Martins.

A proposta busca igualar as empresas midiáticas em termos de poder econômico, acabando com o oligopólio que se instalou no Brasil. Atualmente, apenas dez famílias dominam todas as formas de comunicação de massa, sendo que a Rede Globo recebe mais de 50% da verba publicitária do país.

9 de jun. de 2014

Pelo direito de descontrair

Por Letícia Leal

Uma festa realizada na madrugada da última sexta-feira(6/6) terminou com três tiros e muita confusão no Instituto Central de Ciências Sul(ICC Sul) da UnB. O autor dos disparos conseguiu fugir, segundo a Polícia Civil, e o incidente não deixou feridos.

Segundo o estudante do terceiro semestre de Comunicação Social Hugo Rocha, presente no local, a multidão que correu no primeiro momento em seguida tranquilizou-se: “Eu reparei que o barulho tinha sido muito baixo pra ser bala de verdade”, disse. Mesmo assim, o evento acabou ali, já que a organização recolheu o equipamento de som e deixou o local imediatamente. Além disso, uma vidraça foi quebrada e um cadeado foi serrado.

6 de jun. de 2014

Snowden: Mais do Mesmo

Por Gabriel Shinohara e Nathália Mendes Santana

No último domingo foi ao ar a entrevista que Edward Snowden concedeu ao Fantástico, muito anunciada e aguardada, motivo pelo qual possa ter sido ligeiramente decepcionante. Durante toda a entrevista era esperado que Snowden fizesse alguma revelação sobre os meses em que vem se escondendo na Rússia ou algum vazamento de informações. Entretanto, tudo que se viu foi uma repetição daquelas perguntas feitas inúmeras vezes a ele desde o início de toda a polêmica gerada após a divulgação dos documentos que comprovaram que o governo americano espionava milhares de cidadãos e governos ao redor do mundo. Além disso, foram feitas perguntas sobre a vida pessoal de Snowden, deixando a entrevista com um tom mais leve do que o esperado.

Glenn Greenwald, o jornalista que atuou como “porta-voz” de Snowden também esteve presente na entrevista. Segundo Greenwald, ainda há muitos documentos que envolvem o Brasil a serem divulgados. Perguntado sobre o pedido de asilo no Brasil, Snowden disse que enviou um pedido formal à Embaixada brasileira, porém não obteve resposta e evitou aprofundar-se no assunto para não desviar a atenção aos documentos que, aos poucos ele vem revelando.

4 de jun. de 2014

Segurança dos Jornalistas nas manifestações contra a Copa do Mundo

Por Beatriz Sá

De acordo com o Comitê para a Proteção aos Jornalistas (CPJ), apenas em 2013 quatro jornalistas morreram no Brasil no exercício da profissão. Tais mortes fizeram do país o quarto com mais mortes de jornalistas neste ano, ficando atrás apenas da Síria, Egito e Paquistão. Por esse motivo, a segurança dos Jornalistas nas Manifestações durante a Copa do Mundo é um debate muito importante.
No dia 21 de maio, o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal (SJPDF) discutiu medidas de segurança na cobertura da Copa do Mundo. A possibilidade de manifestações durante o período da Copa e o histórico de agressões aos profissionais da imprensa durante as coberturas em protestos foi o que motivou encontro. A abertura da Copa ocorrerá na próxima semana, 12 de junho, e estima-se que 20 mil jornalistas vão trabalhar no evento. Porém, destes 20 mil, apenas 1,5 mil se credenciaram na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o que preocupa o Sindicato.

2 de jun. de 2014

Pela liberdade de escolha

Por Martha Carvalho

No dia 27 de maio, Meriam Ishag deu a luz a uma menina numa prisão no Sudão. Meriam foi condenada no dia 15 de maio à pena de morte pelo crime de apostasia, que significa o abandono ou negação de uma fé, pois ela rejeitou o islamismo para seguir o cristianismo e poder casar-se com seu atual marido. A mãe deverá ser enforcada após a filha completar dois anos de idade.

Julgar outra cultura baseado nos seus próprios princípios é errado, pois as divergências de costumes e valores criam uma visão tendenciosa, baseada em regras sociais que diferem de povo para povo. Se tratando de aspectos religiosos, o buraco é muito mais embaixo. Algumas mulheres muçulmanas acreditam e gostam da religião, por mais grotesca que ela seja aos olhos ocidentais. Vejam bem, o catolicismo – ou o protestantismo – também devem parecer ridículos a outras religiões.


Porém Meriam não gostava de ser muçulmana. Ela escolheu o cristianismo, mas ela não podia escolher. Ela foi chicoteada e sentenciada à pena de morte. Não há liberdade para as mulheres no Alcorão e com a implantação da sharia – leis inspiradas na vida de Maomé – essa tolerância só vai diminuir, pois a ligação se estreitou ainda mais (sim, isso foi possível). Nesse novo conjunto de lei há princípios fixos e princípios mutáveis, nestes incluído as penas para diferentes tipos de crime. 

 Meriam Ibrahim Ishag com o marido Daniel Wani

26 de mai. de 2014

De volta à ativa

Por Brunna Ribeiro e Gabriel Shinohara

Sim, agora é pra valer! Após período sem atividades, o projeto de extensão mais antigo da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília volta renovado. Com novos membros, os objetivos do SOS Imprensa foram reformulados, o que resultou na criação de alguns subprojetos e na retomada de outros.  
Com reuniões semanais, todas as sextas-feiras, ao meio dia, na sala de extensão da FAC, o SOS Imprensa se reúne para debater estudos e casos da mídia, que ocorreram durante a semana. As discussões têm como finalidade criticar a mídia em geral, mas especialmente a forma como as notícias são veiculadas, a partir de critérios éticos; valendo-se de que o poder midiático não deve ser usado para caluniar ou manipular ninguém. Com isso, o blog também foi reativado para as postagens de textos sobre nossos debates ou algo que inquiete algum integrante do projeto. O jornal impresso também será reavivado, e promete várias novidades, sendo quinzenal.
O contato com a comunidade acontecerá com dois subprojetos: o “Escola na universidade” que vai promover oficinas e palestras sobre Comunicação Social para alunos de ensino médio, visando o esclarecimento dos alunos de segundo grau acerca das habilitações oferecidos pela FAC; o segundo acontece na Horta Comunitária da região administrativa de Itapoã, em que jovens de 10 a 15 anos vão produzir debates sobre mídia e conteúdos em várias plataformas.

A vontade de colocar o projeto em ação com força total faz com que os membros não consigam abraçar o mundo com as próprias pernas. Por isso, iniciativas estão sendo maturadas e parcerias sendo firmadas para que em processo colaborativo o SOS Imprensa possa alcançar o maior número de pessoas. Fiquem atentos, porque o SOS Imprensa voltou!