16 de nov. de 2011

A ética na era da tecnologia

Por Johnatan Reis
Em novembro a Faculdade de Comunicação da UnB celebrou os 100 Anos de McLuhan, teórico que teve como preocupação entender as relações entre comunicação e tecnologia. Sem saber, ele criou a base para reflexões sobre internet, televisão digital e outras tecnologias mediáticas que viabilizam, de uma forma ou de outra, possibilidade de interatividade com o espectador.

A velocidade na troca de informação, viabilizada pela tecnologia, leva pesquisadores e profissionais da comunicação à tentação de analisar esta área do saber a partir do ponto final.As redes sociais, por exemplo, se tornaram as favoritas e parecem, aos olhos destes, ter o poder necessário para mudar estruturas complexas no processo de criação e reprodução de conhecimentos.
As consequências desta análise, vítima dos encantos modernos, se mostram, seja na configuração da pesquisa em comunicação, seja na prática do jornalista de redação, como o aprisionamento à velocidade e superficialidade imposta. Contudo, para entender este fenômeno é indispensável pensar na concepção de tempo atual, bem como na influência da economia na profissão e na ciência de forma geral.
Nesse contexto, o debate sobre ética, tanto na apuração jornalística, quanto na pesquisa se torna fundamental para orientar a produção que se arrisca e aposta no uso das tecnologias disponíveis de tal modo a reinventar sua própria função dentro da estrutura social. O que causa a impressão de que o comunicador social atua mais no nível técnico do que no teórico/ideológico, criando e levando discursos através das mídias.
Entender o lugar de fala e a conjuntura em que se inserem essas mudanças é, de fato, mais importante do que verificar como as redes sociais funcionam e se elas podem reestruturar a sociedade. O que possibilita entender o lugar dos meios de comunicação, que por vezes são interpretados como se produzissem os discursos por si só, necessitando apenas de um técnico que viabilizasse o “disparo” de informações, leia-se aqui, o profissional de comunicação.
Por isso, deixar ao esquecimento a ética e o rigor científico é cair na armadilha da desqualificação do profissional. O que certamente torna as pesquisas, se não duvidosas, vazias de crítica e o jornalismo superficial em demasia, servindo mais ao propósito de desinformar que informar.
Refletir sobre toda e qualquer possibilidade de análise e produção torna o comunicador capaz de realizar suas funções e apto a trabalhar de forma atenta e compromissada. Diferencial, nesta sociedade insana e desejosa de produtos, não necessariamente qualificados.

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