9 de out. de 2011

O lado negro da força

Por Ramilla Rodrigues
Há cerca de um mês a angolana Leila Lopes foi coroada Miss Universo 2011. Muitas polêmicas cercaram a eleição, algo normal quando se trata de um concurso de beleza. Porém as discussões não se restringiram apenas ao campo da justiça na escolha dos jurados.

Diversas manifestações foram vistas, em especial nas redes sociais, e algumas com tom pernicioso. A nova Miss Universo é negra, algo que despertou discussões que deveriam ser anacrônicas, mas vez ou outra mereceram reflexão.
Antes de rotular por racistas os comentários feitos pelos usuários da internet, inclusive brasileiros, vale a pena observar as referências estéticas, bem como os paradigmas que cercam a sociedade.
O mundo passa por transformações constantes, e na última década muitos avanços contribuíram para a evolução global. O negro é visto em peças publicitárias, especialmente de cosméticos, e sua presença em telenovelas não é tão inexpressiva. Contudo, o paradigma estético da pele, cabelos e olhos claros ainda permanece na sociedade.
Apesar do progresso, o negro ainda é retratado preconceituosamente na mídia. Preconceitos que vão desde a desvalorização estética passando pela diminuição de suas posições e relações sociais. Ainda é possível ver o negro de maneira estereotipada, ocupando cargos inferiores ou subjugados de maneira velada.
A mídia deve se esforçar para não reproduzir preconceitos, além de estimular a visão crítica acerca das mudanças que permeiam a sociedade. Afinal, em pleno século XXI ainda utiliza-se do pensamento colonial de mais de 5oo anos atrás.

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