9 de jun. de 2009

E que o rádio seja ligado

A situação é clichê: o engarrafamento não aparenta diminuir e mesmo que o trânsito estivesse livre, ainda faltariam mais de 30 minutos para chegar em casa. Não há muito o que fazer e é nessa hora que o rádio é ligado. As notícias vão sendo transmitidas e mesmo sem notar, o conteúdo é adquirido pelo ouvinte que iria ficar se estressando com vontade de ir para o seu destino e, provavelmente, iria assistir ao jornal televisivo para acompanhar as mesmas notícias que está recebendo no momento.

A praticidade do rádio é o grande motor para que este se mantenha vivo na atualidade. A facilidade em se obter informações sem que a mente esteja necessariamente focada apenas naquilo faz com que ele seja o escolhido como uma fonte de notícias.

O rádio ganha destaque também no quesito precisão. Salva exceções, o conteúdo é distribuído apenas com o suprassumo da notícia. Ao contrário da televisão que acaba exagerando e tornando a notícia um verdadeiro show de imagens, deixando o conteúdo, por muitas vezes, vazio.

O discurso sobre o fim das rádios não é novidade. Quando a televisão chegou ao alcance das pessoas já era sentenciado que a briga seria desleal demais para que as rádios permanecem ativas. E agora a luta é novamente reerguida com a Internet. Aliás, a Internet é tomada como a grande vilã do mundo moderno. Para muitos, ela é a responsável pela queda da audiência dos maiores programas televisivos e pela dispersão dos ouvintes das grandes rádios.

É ilusório pensar assim. É lógico que a internet direciona a notícia, faz com que as pessoas busquem apenas o que lhe é de agrado, mas dizer que o meio online é capaz de derrotar os outros meios é generalizar demais. O rádio vem se adaptando a nova onda de websites, as maiores rádios distribuem seu conteúdo em tempo real e algumas ainda disponibilizam parte do conteúdo para o acervo de download no próprio site.

Como um modelo ainda experimental, as web rádios ainda precisam se aprimorar. Porém, é vantajosa a questão da interatividade que esta ferramenta pode trazer. A programação é criada pelo ouvinte e este é o responsável para dar o retorno da audiência destas rádios.

Um meio de comunicação não elimina o outro e uma junção entre eles deve ser feita para que sejam produzidas novas formas de se transmitir informação e entretenimento para ser recebida por todos os tipos de pessoas, em todos os lugares do mundo. Só desta forma será possível uma duradoura permanência do rádio nas próximas décadas.

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